terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sem estradas, Chapecó exigiu pensar no futuro



Ao tentar explicar os principais meios de transportes da nossa região na metade do século passado é fazer uma relação muito próxima do céu e a terra.
A precariedade das estradas era tanta que a alternativa mais viável foi construir um campo de pouso. Onde atraiu meia dezena de empresas aéreas para operar em Chapecó.



Foto: Victorino Biázio Zolet 
Aeroporto Paulo Marques - Bairro São Cristóvão - Chapecó 1957

As dificuldades na construção de estradas, não se resumiam somente pelo difícil relevo geográfico ou por falta de equipamentos específicos para desbravar o enorme espaço territorial.
A espessa floresta e as bacias hidrográficas eram os piores obstáculos, isso pelas traiçoeiras armadilhas de grandes árvores e por numerosos rios existentes.




                                                                                                              Foto: Victorino Biázio Zolet
Terminal de passageiros da Família Palma, na Av. Getúlio Vargas
          No livro E...Chapecó levantou voo, escrito pelo ex-prefeito Altair Wagner, o autor descreve que “desde a criação do município de Chapecó em 25 de agosto de 1917, houve dificuldades na comunicação rodoviária com a Capital. O trajeto era feito, usando estradas do Paraná ou do Rio Grande do Sul, como fizeram os primeiros Prefeitos e lideranças de Chapecó”.

http://soundcloud.com/jeanassmannferro/estradas-e-aviao-1-2
Ele relata ainda, quando veio morar aqui em 1957, para se deslocar a Porto Alegre ou Curitiba o tempo gasto era de sete ou oito horas, enquanto para chegar a Florianópolis, com o tempo bom, se consumia doze, treze ou mais horas de viagem. 



                                                                                                                           Foto: Victorino Biázio Zolet     
Precariedade das estradas. Passageiros ajudam resolver o problema
   
Também pela precariedade das estradas, um grupo de abnegados no final da década de 1940, precisamente em 08 de agosto de 1948, fundou o AeroClube Chapecó. O sonho estava na possibilidade de um dia existir uma escola de pilotagem e linhas aéreas regulares na cidade.
As primeiras providências foram tomadas, um pedido de doação de 242.000 m² de área de terra. A doação foi feita pela Empresa Bertaso.

                                                                                                                      Foto: Victorino Biázio Zolet
Aeroporto Chapecó - Bairro São Cristõvão 1957

Esse feito foi na administração do prefeito Vicente Cunha. Com a liderança do entusiasta pela aviação Paulo Marques, foi iniciado a construção da pista de pouso no bairro São Cristóvão. Com carrinhos de mão, pás e picaretas fora o início da pista. Numa fase da construção foi adaptada uma lâmina num trator cedido por Hermínio Tissiani, para facilitar a terraplenagem.
      No início da década de 1950, o Aeroporto além de acolher a Escola de Pilotagem, cinco empresas aéreas mantinham voos em Chapecó, são elas: Varig, TAC-Transportes Aéreos Catarinense, Cruzeiro, Real e Sadia.

Por dificuldades financeiras, Diretoria e Conselho Deliberativo do Aero Clube Chapecó (ACC), resolveram em assembleia, doar a área de terra pertencente ao ACC para o Município de Chapecó.
Foi a Lei nº. 36 de 13 de agosto de 1957, da Câmara Municipal de Vereadores, depois de sancionada e promulgada, autorizou o Poder Executivo receber a doação. O Prefeito foi Plínio Arlindo de Nês.
         A antiga pista de pouso é a rua Osvaldo Cruz, no mesmo bairro São Cristóvão, hoje toda habitada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário