quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Solução quase caseira para a Saúde


Prevenir e remediar foram os objetivos. Fraternidade e solidariedade formaram as forças de atuação para construir o hospital. Conjuntos que pudessem atender as necessidades dos saúde dos chapecoenses.

Como tudo começou... já em 14 de setembro de 1935, na Vila Passo dos Índios, quando se reuniram os mais representativos setores da sociedade,  com a finalidade de construir a tão necessária Casa de Saúde. A vontade de iniciar a edificação não foi superior as dificuldades, e nada se fez.

Em razão da necessidade urgente, alguns membros da antiga Diretoria juntaram-se aos outros abnegados visionários e a data escolhida foi 9 de julho de 1939, para uma nova reunião. O local foi na sala provisória do Clube Esportivo Chapecoense, domicílio e residência do cidadão Beno Liésenfeldt.

Nesse primeiro encontro, foi eleita uma Diretoria: Presidente: Alberto Berthier de Almeida, Vice-Presidente: Pedro da Silva Maciel, Secretário: João Batista Zeca, Tesoureiro: Domingos Giorno. Sem motivos específicos, a Diretoria não funcionou.

Enquanto os audaciosos desbravadores continuavam sendo medicados com métodos caseiros e nada convencionais. Ou sendo transportados em lombos de muares ou sobre balsas, onde seguiam ao encontro dos indispensáveis recursos profissionais e farmacológicos para seus males.

Neste ato estavam novamente presentes todos os elementos representativos da população, para a fundação de um hospital. Logo no início do encontro foi unanimemente aclamado para a presidência o Engenheiro Civil Serafim Ennos Bertaso.

Em nove de julho de 1939 era lavrada a Ata de Fundação da Sociedade Hospitalar Santo Antonio, com a presença das principais lideranças locais da época. 














































Após a ovação e ter aceitado o tão importante cargo e missão, Serafim explicou da premência da fundação e construção do hospital, que fora reconhecido por todos os presentes. E foi denominado de "Sociedade Hospitalar Santo Antonio" de Chapecó.

A Diretoria foi a seguinte, Presidente: Serafim Ennos Bertaso, Vice-Presidente: Pedro da Silva Maciel, 1º. Secretário: João Batista Zeca, 2º. Secretário: Ary Carvalho Porto, Tesoureiro: Paulo Marques.

Foram organizadas as seguintes comissões: Angariadora de Donativos, Comissão Fiscal, Comissão de Construção, Comissão Responsável pelo Estatuto, Comissão de Propaganda.













  
Foto: Victorino Biázio Zolet
Sociedade Hospitalar Santo Antônio e Maternidade  Zanaide Bertaso

O terreno foi doado pelo Coronel Ernesto F. Bertaso. A madeira, doada às dúzias por várias pessoas. Posteriormente foi construído o hospital em alvenaria. Também um centro cirúrgico e a maternidade, que recebeu o nome de “Zenaide Bertaso”. 


Na fase de construção e instalação dos equipamentos do hospital, aportou por aqui o médico Celso Rauen, que atendia na cidade de Xanxerê, por ser um centro maior.

“Neste tempo a diretoria da Fundação anunciou num jornal de Curitiba a oportunidade de emprego para um profissional da medicina, para o novo hospital. Então meu pai, Darci de Camargo chegou aqui em 1942”, descreve seu filho Antonio Fernando Lorenzen de Camargo, farmacêutico bioquímico, profissional que atua na cidade de Chapecó.



 

Nos primeiros dias de permanência do médico na cidade, ele fora roubado, seus documentos foram levados. Darci de Camargo se vê numa situação nunca vista, mas com o apoio, a ajuda e a recepção da comunidade fez com que Camargo permanecesse aqui.

Depois de estabelecido na cidade, com seu trabalho construiu uma casa e posteriormente chegaram outros membros da família. Como na época incêndio era comum, sua casa foi exterminada pelo fogo, após queimar o prédio vizinho, onde funcionava um hotel localizado na avenida principal.

O filho Antonio Fernando exibe com orgulho documentos e anotações pertencentes ao seu pai, inclusive a foto da primeira cirurgia realizada e dirigida por Darci de Camargo na cidade de Chapecó.

Assim nasceu a Sociedade Hospital Santo Antonio e Maternidade Zenaide BertasoMais tarde, em 1969, foi decretado órgão de utilidade pública por Decreto Federal

Fontes: 
Ceom-Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina
              Antonio Fernandes Lorenzen Camargo- Farmacêutico Bioquímico
              Unimed Chapecó

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Efapi, a feira que nasceu gigante


Chapecó sempre foi pródiga de pessoas criativas, que vislumbram com nitidez o futuro. É nas datas comemorativas que surgem as brilhantes ideias. E quando bem-planejadas, elas perduram por muito tempo.
 Nas comemorações do Cinquentenário do município de Chapecó em 1967, com a criação da Sociedade Amigos de Chapecó (SAC), foi possível organizar a I Exposição Feira Agropecuária Industrial de Chapecó. A I Efapi foi a principal atração dos festejos dos primeiros 50 anos da cidade.
A presidência da SAC naquele ano foi do Prefeito Municipal Sadi José De Marco, que se destacava como administrador e líder. Com uma maneira diferente de governar. Foi chamado na época de Prefeito Cinquentão, alusivo à data comemorativa. Com inúmeros investimentos em obras, a cidade começava ser referência no sul do País.



            Segundo o Jornal Folha D´Oeste de 29 de Janeiro de 1967, na reunião semanal da SAC, De Marco anunciou extraoficialmente da participação do Governo Federal e Estadual, nas construções dos pavilhões do parque de exposições. Com 50 milhões de cruzeiros; o Governo Federal. E o Estado de Santa Catarina com 100 milhões de cruzeiros. Na época o governador era Ivo Silveira.
            Formada a comissão central organizadora; foi escolhido o médico Valmor Ernesto Lunardi, o primeiro presidente da exposição-feira. O advogado João Valvite Paganella foi o responsável pela divulgação do evento. Nessa reunião as comissões elegeram o dia 23 de setembro, às 17 horas para a realização da abertura da feira.



           

                                                                                                                          Foto: Victorino Biázio Zolet
1ª Efapi/1967
   
Foram quase oito meses de planejamento, com serviços de terraplenagens para adequar o terreno para as construções dos pavilhões. O local escolhido foi a Colina Beira Rio, o mesmo local do atual Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves. Todas as forçasforam centralizadas para que na data prevista o parque estive preparado para receber autoridades, expositores e visitantes.
            No dia e hora previstos, foi inaugurada a primeira feira chapecoense, com a presença de ilustres convidados: o General Olavo Viana Moog representou o Presidente da República Artur da Costa e Silva; teve também a presença do governador Ivo Silveira, Secretário dos Negócios do Oeste Serafin Ennos Bertaso, o Contra-Almirante João Batista Francescone Serran Comandante do 5º Distrito Naval, o Desembargador Belisário Ramos da Costa, o Presidente do Tribunal  de Justiça  o advogado Luiz Gabriel e o Presidente do TRE  Norberto Miranda Ramos. A população circulava entre as autoridades, numa grande festa de confraternização.  

Fonte:
Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina - CEOM

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Carreiradas, muito além do esporte


Entre as décadas de 1950 e 1960, nas tardes de domingo em Chapecó os esportes mais atraentes eram o futebol e as carreiras. Milhares de aficionados do turfe se reuniam para torcer e apostar nos cavalos de corrida. Existiam duas hípicas, uma no bairro Santa Maria, hoje Esplanada, localizava-se a Hípica de Domingos Baldissera e a outra na Linha Água Amarela de propriedade de Ângelo Baldissera.

Conta Egydio Curtarelli, 79 anos de idade, ex-treinador de cavalos, comerciante no centro da cidade, quando veio de Xaxim em 1938 “aqui não tinha mais de 30 casas”. E foi no bairro Esplanada que se formou a primeira hípica da cidade. Pertencia ao seu sogro Domingos Baldissera. Lá ele treinava dois animais: a égua Lorena e o cavalo Bico Branco.













  Foto: Victorino Biázio Zolet
Hípica Chapecó

Havia muita discussão nos páreos, desde a acusação de chicotear a cara do cavalo do adversário durante a corrida, até a desconfiança que os animais estivessem dopados. Quanto ao assunto de “manobras” dos resultados, entre jockeys e proprietários, Curtarelli diz, “não existia a afamada ‘linguiça’ (conchavos de resultados durante os páreos)”.

Fomos ao encontro de um ex-jockey. Encontramos Eduardo Girardi, o Kiko. Hoje um bem sucedido comerciante de 68 anos de idade, nascido em Chapecó. Ao ser abordado sobre as carreiras, busca na memória e logo se lembra do seu pai, Martin Girardi, gaúcho vindo de Guaporé em 1930, para morar na cidade.

Kiko relata, “meu pai começou a gostar desse esporte aqui. Comprou um cavalo comum, de pelagem tordilha, mas era bom corredor. E nesse negócio veio um jockey. Por questão de excesso de peso do piloto, eu fui obrigado aprender a conduzir o animal”.

“Eu tinha 16 para 17 anos e pesava 37 quilos, hoje eu tenho a estatura de 1,72m. Na época o meu biótipo era o ideal para ser jockey. Fazia regime para manter um peso diferenciado do outros competidores”. Afirma o ex-atleta.

Havia muitos regulamentos na competição, exemplo: poderia ser 60 x nada: queria dizer, jockey com 60 quilos e o adversário com qualquer peso. Quem tivesse o menor peso, evidentemente teria vantagem. Outra modalidade, “peso a vontade”, valia qualquer peso do jockey.

Quando foi indagado se havia ou não “manobras” nos resultados das corridas, o ex-jockey somente sorriu. Afirma que seu pai não ganhou dinheiro nas carreiras, acha que até perdeu, mas valeu pelo prazer.

As últimas disputas de Kiko foram em 1963 no município de Xanxerê. Nesse tempo o seu pai possuía três cavalos de competição. Já adulto, se tornou motorista de caminhão e viajava para São Paulo. Quando podia marcava presença no principal hipódromo, o Cidade Jardim, na Capital. “Ficava olhando e achava muito bonito”. Lembra.

Nasce o Jockey Clube Chapecó

Com o passar do tempo, foi construído outra hípica, o local era propício, hoje aquele lugar somente deixa saudades para quem conhecia o ponto exato das disputas. A rua Rio de Janeiro  pouco relembra a antiga e perfeita cancha reta. Os primeiros que resolveram criar o novo espaço foram Coronel Lulu Moura, Pupi, Dalla Rosa e Domingos Baldissera.
O Clube foi mantido por pouco tempo por esse grupo, quando outra coligação liderada pelo Delegado Regional de Polícia Ulysses Longo, resolveu assumir o Jockey Clube Chapecó.


Conforme reportagem do jornal Folha D´Oeste de 1º. de julho de 1967, houve uma confraternização com a comunidade,  imprensa e diretoria, para mostrar as obras e os futuros projetos. Além do presidente Longo, outros membros da diretoria participaram do evento, entre eles Lindolfo Nicknich, Alberto Pasa, Luiz Baldissera, Aldory Alcântara, Ivo Fiorentin, Oscar Matte, Rodolfo Maurício Hirsch e Vinicius Tortatto.

Os assistentes e apostadores

“Os filhos, pela influência dos mais velhos sempre acompanhavam os pais aos encontros turfísticos”, conta Dornéles Dávi, nascido aqui em 1943. Com 17 anos de idade seguia os passos do pai, Eschermesseire Eutichiano Dávi, somente para observar as carreiras. O pai às vezes fazia uma “fezinha” e apostava no cavalo que achava favorito.

“Lembro bem quando meu pai repetia esta frase, ‘carreirada é um jogo’ ouvia-se muitos comentários que haviam ‘manobras’ nos resultados” explica Dornéles, e diz mais, “podia-se assistir muitas discussões sobre isso”.

Havia duas opções em Chapecó, assistir jogos de futebol no antigo Estádio Índio Condá, na rua Lauro Müller entre as ruas índio Condá e Borges de Medeiros, no bairro Santa Maria, ou, acompanhar as carreiradas no Pinheirinho, como chamavam, recorda Dornéles.

Outra opção turfistica

Bem longe do centro da cidade, exatamente na Linha Água Amarela, outro apaixonado pelo turfe, Ângelo Baldissera, já na década de 1950, mantinha carreiras em sua propriedade. Valmir Baldissera, filho de Ângelo, com 14 anos de idade já montava em competições pela região.

Valmir confidencia que depois de se “aposentar” como  jockey e jogador de futebol, o negócio hoje é ser proprietário de cavalos.  Há 15 anos iniciou a atividade com cavalos de linhagem mais apurada. Possui cinco cavalos filhos de reprodutores ingleses, resultado de cruzas com garanhões campeões. “Meus cavalos são os mesmos que correm nos mais seletos hipódromos do país, um exemplo, Tarumã de Curitiba”. Valmir diz convicto que seus animais são de qualidade.



 Foto: Victorino Biázio Zolet
Cancha reta da Hípica Chapecó até o final dos anos sessenta

Hoje ele participa em quase todos os concursos em hipódromos dos três Estados do Sul, porque há uma necessidade de ganhar bons prêmios, as despesas são muito elevadas. “Participo de Prêmios onde é pago de 700 mil a um milhão de reais” explica Valmir, para referenciar o que se gasta para manter esses cavalos de corrida.

Existe uma estrutura para se obter bons resultados. O treinador Adroaldo Cardoso é pai do jockey Dionatan de 13 anos, ele pesa 50 quilos, “ e já está em fim de carreira” se diverte Valmir, ao dizer que o adolescente está muito pesado para ser um piloto de cavalos.

Qual a diferença das corridas de hoje com as do passado? Valmir compara por dois ângulos “antigamente era feito muita ‘lingüiça’ naquela fórmula de competição e existem até hoje nas competições menos importantes. Mas naquelas que há regulamentos, registros e regras definidas, são competições muito sérias”, exemplifica Valmir. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Paisagem europeia, somente por um dia

Foi um dia de festa” assim definiu o jornalista Dino Antonio Patussi ao contar sobre aquele 21 de agosto de 1965. O dia que Chapecó ficou coberta por uma espessa camada de gelo. Não havia previsão de nevada, não existia Estação de Meteorologia na cidade, para prever essa precipitação climática. As informações vindas da cidade de Porto Alegre fora que somente faria muito frio.

O princípio desse fenômeno foi ao entardecer, a noite chegava e junto os primeiros flocos de neve. Que persistiu durante toda noite.
Ao amanhecer, o cenário da cidade foi transformado, das vegetações verdes e das multicores dos telhados e veículos, se transformaram num imenso lençol branco.
Era novidade, todos correram para as ruas para fazer bonecos de gelo, arremessar neve uns nos outros, quem podia registrava em fotografias o dia que Chapecó ficou branca, detalha Patussi.

 Foto: Victorino Biázio Zolet
Vista da rua Pio XII, esquina com a av. Nereu Ramos-Chapecó/SC

Coincidentemente, em 1945 na cidade gaúcha de Passo Fundo, houve uma nevada desta proporção assistida por Patussi, se passaram 20 anos entre os acontecimentos. A intensidade fora muito parecida.
Este episódio de 1965, foi antecipado por uma grande enchente no Rio Uruguai. Um dos pontos mais castigados foi o Porto Goio-ên. “foi a maior enchente que assisti, era um turbilhão de água que cobria casas, levava madeiras e árvores, algo desesperador” relata Dino.
O jornal semanário de Chapecó “Folha D´ Oeste de 10 de agosto de 1966, quarta-feira, publicou a seguinte informação, um ano depois:
Neve e enchente na Região - “Muito próximo de repetir os fenômenos de 1965, tivemos há dias passados a precipitação de chuvas torrenciais e o ensaio de neve que chegou a modificar o panorama das cidades e campos. Transformando-os em montanhas e vales de um branco esplendoroso.
Os acontecimentos ligados com as manifestações meteorológicas chegaram a preocupar as populações e autoridades, supondo que pudesse ocorrer uma calamidade pública, como aconteceu na mesma época no ano passado.
Felizmente não sucedeu e deixamos a impressão que o inverno chapecoense será pautado por nevadas, o que não deixa de ser saudável”.
Para constatar cientificamente o que aconteceu em 1965, fomos procurar informações na Epagri/Ciram-Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologica de Santa Catarina. “Em 1965 não existia Estação Meteorológica em Chapecó. Foi instalada a partir de 1975, portanto não há registros desse episódio”. Informou o meteorologista Clóvis Levien Correa.
Fonte: Jornal Folha D´Oeste 10/agosto /1966.
Epagri/Ciram
Jornalista Dino Antonio Patussi.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Altar é lugar de adoração


         A maior graça dos cristãos é poder chamar a igreja de Templo de Deus. Neste conjunto está presente o corpo, sangue, alma e divindade. É importante experimentar que o Templo é o Corpo de Cristo que se comunga. E o altar é lugar de adoração.

       Em 1956, foi inaugurada a atual Catedral Santo Antonio em Chapecó, obra construída com a participação de toda a comunidade. A liderança foi do motivador religioso Frei João Vianey Erdrich, ele foi primordial para que a obra fosse além do Templo de Deus, se tornasse o cartão postal da cidade.
 Foram instalados todos os acessórios que uma grande igreja necessitava para a celebração da liturgia.
                                                                                                                          Foto: Victorino Biázio Zolet
Altar no presbitério antes das reformas da Catedral Santo Antonio- Chapecó/SC         

Para entender a liturgia na celebração, precisa-se conhecer o significado da palavra: Lit+Urgia, vem da língua grega: Laos=povo e ergon=ação, trabalho, serviço... unindo os dois termos que formam a palavra, encontramos a raiz mais profunda do significado da Liturgia, ou seja: ação, trabalho, serviço do povo e realizado em benefício do povo, isto é, um serviço público.
(Maria de Lourdes Zavares-Serviço de Animação Liturgica-Arquidiocese de Goiânia)

Após a abertura da Igreja Santo Antonio, as celebrações eram feitas no majestoso altar de mármore construído no local mais importante do templo, o lugar da celebração da liturgia, o presbitério. Nessa época as missas eram rezadas em latim e o celebrante de costas para o povo.

Iniciou-se em 11 de outubro de 1962 e terminou em 08 de dezembro de 1965, o Concílio Ecumênico Vaticano II, que foi convocado pelo Papa João XXIII e conduzido até o fim pelo Papa Paulo VI. Esse encontro serviu para determinar diversas mudanças na Igreja Católica Apostólica Romana.
         Aproximar o altar das celebrações da nave da igreja, local onde fica o povo, foi um dos primeiros passos da reforma, para que houvesse a interação do celebrante com os fiéis.


         
Relata Romualdo Zimmer, pároco da igreja matriz pós-Concílio, que “logo após o encontro religioso, iniciou a reforma do imobiliário da Catedral Santo Antonio, para modernizar alguns ambientes que depois de analisados foram transformados”.
         Continua Padre Romualdo, “com a necessidade da aproximação do celebrante com o povo, segundo a orientação da nova liturgia. Após muitas discussões e ideias para aproveitar o suntuoso altar de mármore, a decisão foi de removê-lo do local”.



         Foto: Victorino Biázio Zolet







    





       Padre Romualdo comenta sobre o material utilizado na afixação do altar, “a única alternativa para montar o altar foi colocar concreto em todas as peças da sua estrutura, para segurar os enormes e pesados elementos. O resultado dessa remoção foram pedaços de concreto e mármore sem utilidade”.

 “Na época da instalação do altar, eu não estava aqui, naquele momento o pároco era Frei João”, afirma Zimmer.

         Perguntado se não havia outra opção durante a reforma que pudesse preservar o altar como uma obra histórica da Catedral Santo Antonio, como faz a maioria das antigas igrejas no mundo, respondeu Padre Romualdo, “dei algumas ideias de aproveitamento do altar, com algumas modificações nos espaços, para mantê-lo, mas fui vencido. Quem mandava na época era Dom José Gomes“.

Ponderou Padre Romualdo Zimmer, “A renovação verdadeira era trazer um novo altar para frente. Acho que foi um ato precipitado”.

Quem orientou a reforma da Catedral Santo Antonio foi o especialista em arte sacra o italiano Emilio Benvenuto Zanon. Ele nasceu em Valmareno, na província de Treviso, em 1920. Com cinco anos de idade, veio com a família para o Brasil. Faleceu em 26 de novembro de 2008.

“Após o encerramento do Concilio Ecumênico Vaticano II,  Zanon viajou para à Itália e trouxe muitas ideias e fotos das primeiras reformas das igrejas italianas”, ilustra o Padre Romualdo. 

“Os argumentos de Zanon sempre foram relevantes na reforma da Catedral e determinantes na retirada do altar”, concluiu o Padre Romualdo Zimmer.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

As primeiras escritas acadêmicas


 Ao se aproximar da década de 1970, Chapecó andava com passos largos em direção a diversos segmentos, (econômicos, sociais e políticos). A Região Oeste também se consolidava com a emancipação de novos municípios. Mas ainda não havia uma universidade para os oestinos, que reivindicavam essa necessidade.

Em 04 de julho de 1970 foi criada oficialmente a Fundeste – Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste, com sede em Chapecó. Com a intenção de atender toda a região. No ato de criação estiveram presentes autoridades de 36 municípios.  

O Projeto foi viabilizado pelo então Secretário dos Negócios do Oeste, Plinio Arlindo de Nes, com o apoio do Bispo Diocesano da época, Dom José Gomes, os quais foram membros da primeira diretoria.
























                                                                                                                Foto: Victorino Biázio Zolet


Solenidade de criação da Fundeste - Fundação Universitária do Oeste - 06/12/1971. Da esquerda para a direita - Pe. Romualdo Zimmer - Ruben Odilon Antunes Córdova(Juiz de Direito) Plinio Arlindo de Nes ( Secretário do Oeste) Altamir Morais(professor) Valmor Lunardi ( Presidente da SAC ) João Destri ( Prefeito Municipal) Rivadávia Scheffer ( Vereador ). Em pé Celso Nunes Moura ( Assessor de Imprensa)


As atividades iniciaram em março de 1972 com o Curso de Pedagogia, ampliando no ano seguinte com os Cursos de Estudos Sociais, Ciências Contábeis e Administração.

O passo seguinte foi o êxito do reconhecimento através do Conselho Federal de Educação, em 1977 e 1978. Assim, a Fundeste habilitava professores e profissionais para toda a região. A partir de então, na década de 1980, outras áreas foram agregadas ao ensino, ampliando a oferta de novos cursos no Ensino Superior.


O sonho de cursar o Ensino Superior se tornou possível e próximo dos moradores da Região Oeste. Não obstante, aos vizinhos gaúchos e paranaenses.

Da demanda à realidade e seus frutos, foi em 13 de julho de 1973 a formatura da primeira turma da Fundeste, nos Cursos de Licenciatura para 1º grau em Matemática, Estudos Sociais e Língua Nacional.

A grandiosidade do evento contou com a presença do Vice-Presidente da República da época, Augusto Rademaker, que representou o então Presidente Emílio Garrastazu Médici, o 28º. Presidente do Brasil e o 3º mandatário da Ditadura Militar. Nesta oportunidade o acontecimento foi prestigiado por autoridades  estaduais e municipais.

As atividades acadêmicas eram desenvolvidas em prédio alugado. Em 1974 o Governo do Estado de Santa Catarina doou à Fundeste as instalações em construção do ex-hospital psiquiátrico, onde foi edificado o então campus universitário, que é sede até hoje.

De 1990 a 2001, a Fundeste se uniu as Fundações Universitárias de Joaçaba e Videira para criar a Universidade do Oeste, assumindo assim as atividades de um Campus em Chapecó.

Em março de 2001 a Fundeste foi reativada assumindo as atividades desse Campus, que se transformou em Unochapecó, contando com as participações de vários segmentos regionais.

            Atualmente a Fundeste é mantenedora da Universidade Comunitária Regional de Chapecó, do Instituto Goio-En e Farmácia-Escola Unochapecó, atendendo mais de  oito mil estudantes.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mãos às obras no Oeste de Santa Catarina


Nos anos 1960 a Região Oeste Catarinense estava projetada para o desenvolvimento e redesenhada por diversos municípios, mas enfrentava dificuldades em quase todos os setores, principalmente infraestrutura.
Foi então que o Governador Celso Ramos incluiu no seu Projeto de Governo a criação da Secretaria dos Negócios do Oeste-SNO, no ano de 1961. A inauguração foi em dezembro de 1963. Criada através da Lei nº. 3238/63 para administrar uma área de 15 mil e 500 metros quadrados da Região Oeste do Estado, e nela compreendia 34 municípios e aproximadamente 700 mil habitantes.
O ato foi inédito no país, criar uma Secretaria de Estado fora da Capital. Visava melhorar o atendimento à população do Oeste, com obras que viessem melhorar a qualidade de vida. Tendo em vista a distância da Capital do Estado com a Região, de outra forma esse assessoramento era quase impossível.

Para assumir a Secretaria, foi nomeado o engenheiro civil Serafim Enoss Bertaso, como o homem certo para o lugar certo. Havia muito por fazer na Região. Faltavam escolas, energia elétrica, meios de transporte, deficiências na saúde e assistência social.
O celeiro catarinense também sofria com a precariedade das estradas, dessa forma prejudicava o escoamento da produção agrícola.
A Região mantinha todos os quesitos para o seu desenvolvimento: condições naturais, mão de obra disponível, matéria prima abundante, capacidade empresarial. Com a criação da Secretaria, o Governo se aproximou para viabilizar essas questões.
A Secretaria dos Negócios do Oeste teve participação decisiva na construção de pontes, hospitais, estradas de rodagem, escolas, aeroportos, delegacias, cadeias públicas, postos de saúde. E outros prédios que alojaram órgãos estaduais, como fóruns, quartéis, penitenciárias, ou seja, todas as obras da construção civil vinculadas ao Governo do Estado de Santa Catarina.
Exemplos como a construção da rede de iluminação pública e pontes na cidade de Romelândia pelo então Governador Ivo Silveira, através da Lei Estadual 889 e 990 de 23 de outubro de 1964.
Ao coordenar a ação política, a SNO prestava assistência aos municípios e encaminhava as demandas para o Colegiado, que era comandado pelo Governador do Estado. Assim eram detectadas as principais demandas e o resultado final era o investimento do erário público nas principais reivindicações.




 Foto: Victorino Biásio Zolet

A sede da SNO foi Chapecó, com orçamento próprio para todos os setores administrativos. A sede administrativa foi instalada num moderno e confortável prédio para a época, que ainda abrigava diversas repartições estaduais, como a Coordenadoria Regional de Educação, Inspetoria Regional de Tributos, Secretaria de Agricultura e outros.
Segundo o jornal Folha D´Oeste de 25 de dezembro de 1967, o Secretário do Oeste, Serafin Enoss Bertaso, foi escolhido pela imprensa regional como a Personalidade Oestina de 1967. Reconhecimento pela administração voltada ao interesse do Grande Oeste.
Tal iniciativa foi o embrião para a construção das Secretarias de Desenvolvimento Regional, instaladas no Estado em 2003.