terça-feira, 6 de novembro de 2012

Altar é lugar de adoração


         A maior graça dos cristãos é poder chamar a igreja de Templo de Deus. Neste conjunto está presente o corpo, sangue, alma e divindade. É importante experimentar que o Templo é o Corpo de Cristo que se comunga. E o altar é lugar de adoração.

       Em 1956, foi inaugurada a atual Catedral Santo Antonio em Chapecó, obra construída com a participação de toda a comunidade. A liderança foi do motivador religioso Frei João Vianey Erdrich, ele foi primordial para que a obra fosse além do Templo de Deus, se tornasse o cartão postal da cidade.
 Foram instalados todos os acessórios que uma grande igreja necessitava para a celebração da liturgia.
                                                                                                                          Foto: Victorino Biázio Zolet
Altar no presbitério antes das reformas da Catedral Santo Antonio- Chapecó/SC         

Para entender a liturgia na celebração, precisa-se conhecer o significado da palavra: Lit+Urgia, vem da língua grega: Laos=povo e ergon=ação, trabalho, serviço... unindo os dois termos que formam a palavra, encontramos a raiz mais profunda do significado da Liturgia, ou seja: ação, trabalho, serviço do povo e realizado em benefício do povo, isto é, um serviço público.
(Maria de Lourdes Zavares-Serviço de Animação Liturgica-Arquidiocese de Goiânia)

Após a abertura da Igreja Santo Antonio, as celebrações eram feitas no majestoso altar de mármore construído no local mais importante do templo, o lugar da celebração da liturgia, o presbitério. Nessa época as missas eram rezadas em latim e o celebrante de costas para o povo.

Iniciou-se em 11 de outubro de 1962 e terminou em 08 de dezembro de 1965, o Concílio Ecumênico Vaticano II, que foi convocado pelo Papa João XXIII e conduzido até o fim pelo Papa Paulo VI. Esse encontro serviu para determinar diversas mudanças na Igreja Católica Apostólica Romana.
         Aproximar o altar das celebrações da nave da igreja, local onde fica o povo, foi um dos primeiros passos da reforma, para que houvesse a interação do celebrante com os fiéis.


         
Relata Romualdo Zimmer, pároco da igreja matriz pós-Concílio, que “logo após o encontro religioso, iniciou a reforma do imobiliário da Catedral Santo Antonio, para modernizar alguns ambientes que depois de analisados foram transformados”.
         Continua Padre Romualdo, “com a necessidade da aproximação do celebrante com o povo, segundo a orientação da nova liturgia. Após muitas discussões e ideias para aproveitar o suntuoso altar de mármore, a decisão foi de removê-lo do local”.



         Foto: Victorino Biázio Zolet







    





       Padre Romualdo comenta sobre o material utilizado na afixação do altar, “a única alternativa para montar o altar foi colocar concreto em todas as peças da sua estrutura, para segurar os enormes e pesados elementos. O resultado dessa remoção foram pedaços de concreto e mármore sem utilidade”.

 “Na época da instalação do altar, eu não estava aqui, naquele momento o pároco era Frei João”, afirma Zimmer.

         Perguntado se não havia outra opção durante a reforma que pudesse preservar o altar como uma obra histórica da Catedral Santo Antonio, como faz a maioria das antigas igrejas no mundo, respondeu Padre Romualdo, “dei algumas ideias de aproveitamento do altar, com algumas modificações nos espaços, para mantê-lo, mas fui vencido. Quem mandava na época era Dom José Gomes“.

Ponderou Padre Romualdo Zimmer, “A renovação verdadeira era trazer um novo altar para frente. Acho que foi um ato precipitado”.

Quem orientou a reforma da Catedral Santo Antonio foi o especialista em arte sacra o italiano Emilio Benvenuto Zanon. Ele nasceu em Valmareno, na província de Treviso, em 1920. Com cinco anos de idade, veio com a família para o Brasil. Faleceu em 26 de novembro de 2008.

“Após o encerramento do Concilio Ecumênico Vaticano II,  Zanon viajou para à Itália e trouxe muitas ideias e fotos das primeiras reformas das igrejas italianas”, ilustra o Padre Romualdo. 

“Os argumentos de Zanon sempre foram relevantes na reforma da Catedral e determinantes na retirada do altar”, concluiu o Padre Romualdo Zimmer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário