“Foi um dia de
festa” assim definiu o jornalista Dino Antonio Patussi ao contar
sobre aquele 21 de agosto de 1965. O dia que Chapecó ficou coberta
por uma espessa camada de gelo. Não havia previsão de nevada, não
existia Estação de Meteorologia na cidade, para prever essa
precipitação climática. As informações vindas da cidade de Porto
Alegre fora que somente faria muito frio.
O princípio desse
fenômeno foi ao entardecer, a noite chegava e junto os primeiros
flocos de neve. Que persistiu durante
toda noite.
Ao amanhecer, o
cenário da cidade foi transformado, das vegetações verdes e das
multicores dos telhados e veículos, se transformaram num imenso
lençol branco.
Era novidade, todos
correram para as ruas para fazer bonecos de gelo, arremessar neve uns
nos outros, quem podia registrava em fotografias o dia que Chapecó
ficou branca, detalha Patussi.
Foto: Victorino Biázio Zolet
Coincidentemente, em
1945 na cidade gaúcha de Passo Fundo, houve uma nevada desta
proporção assistida por Patussi, se passaram 20 anos entre os
acontecimentos. A intensidade fora muito parecida.
Vista da rua Pio XII, esquina com a av. Nereu Ramos-Chapecó/SC
Este episódio de
1965, foi antecipado por uma grande enchente no Rio Uruguai. Um dos
pontos mais castigados foi o Porto Goio-ên. “foi a maior enchente
que assisti, era um turbilhão de água que cobria casas, levava
madeiras e árvores, algo desesperador” relata Dino.
O jornal semanário
de Chapecó “Folha D´ Oeste de 10 de agosto de 1966, quarta-feira,
publicou a seguinte informação, um ano depois:
Neve e enchente
na Região - “Muito próximo de repetir os fenômenos
de 1965, tivemos há dias passados a precipitação de chuvas
torrenciais e o ensaio de neve que chegou a modificar o panorama das
cidades e campos. Transformando-os em montanhas e vales de um branco
esplendoroso.
Os
acontecimentos ligados com as manifestações meteorológicas
chegaram a preocupar as populações e autoridades, supondo que
pudesse ocorrer uma calamidade pública, como aconteceu na mesma
época no ano passado.
Felizmente não
sucedeu e deixamos a impressão que o inverno chapecoense será
pautado por nevadas, o que não deixa de ser saudável”.
Para constatar
cientificamente o que aconteceu em 1965, fomos procurar informações
na Epagri/Ciram-Centro de Informações de Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologica de Santa Catarina. “Em 1965 não existia Estação
Meteorológica em Chapecó. Foi instalada a partir de 1975, portanto
não há registros desse episódio”. Informou o meteorologista
Clóvis Levien Correa.
Fonte:
Jornal Folha D´Oeste 10/agosto /1966.
Epagri/Ciram
Jornalista Dino
Antonio Patussi.
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